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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Como definir ou o que se entende por idoso?

Como definir ou o que se entende por idoso?


De modo geral, por hábito, costume, desconhecimento da real significação das palavras usamos como sinônimo de idoso, o termo velho.

E não têm elas (as palavras idoso e velho) a mesma significação?

Se tomarmos o dicionário mais simples encontramos:

Velho - adjetivo - gasto pelo uso, antigo, usadíssimo, desusado, antiquado, obsoleto, arcaico.

Idoso - substantivo masculino - homem que tem muita idade.

Nota: O vocábulo velho sendo adjetivo, indica qualidade, caráter, modo de ser ou estado do ser ou dos objetos nomeados pelo substantivo. Assim...

Nos exemplos citados no estudo anterior (Verdi, Churchill, Einstein, Edison, Fleming, etc., etc.) evidenciou-se essa diferença, uma vez que todo idoso, inevitavelmente o será pelo próprio adentrar dos anos vividos no tempo presente. Ser porém, junto a essa realidade, velho, obsoleto, desusado, usadíssimo, antiquado é opção, concluindo-se que: ser idoso (para quem aí chega) é contingência, porém, ser velho é arbítrio, decisão pessoal.

Desse modo é velho quem perdeu a jovialidade, quem só dorme, quem nada ensina ou recusa-se a aprender. É velho aquele que somente descansa, que vive no passado e se alimenta de saudades, na vida que se acaba a cada noite que termina sem planos e sonhos para o amanhecer, em que os dias são tolerados como se fossem os últimos de uma longa jornada num calendário só de ontens.

O idoso, aquele que se entende na bênção de viver uma longa vida, compreendendo o desgaste natural das células, não se permite a degenerescência, o decaimento, o definhamento a alteração dos caracteres do Espírito, a mudança de um padrão para outro funcionalmente inferior.

Nesse aspecto, o idoso sonha, aprende, se exercita, faz planos, povoa a vida de ocupações pessoais interessantes; renova a cada aurora que surge entendendo o hoje sempre como o tempo bendito de atualizar algo, rever um aspecto, apreender melhor isto ou aquilo num calendário repleto de amanhãs.

De um modo geral, pensamos e agimos assim?

Infelizmente não. Por conteúdo, bagagem, contingência, imposição ou por nos atermos só à visão material da vida, somos tendenciosos a manter e aprofundar limites. A posição contrária normalmente é vista com o leve sorriso de desdém, descrença ou pouco caso, rotulado de utopia, poesia, devaneios...

Não é bem assim; não se trata de enganos de querer fugir ou não aceitar, assumir uma situação. A realidade física é inexorável dentro da série de alterações que se exibem e se processam nesse campo: por predominar agora os processos da desassimilação, onde a matéria praticamente não mais se regenera; há a decadência progressiva do organismo, que poderá favorecer o aparecimento das doenças. O estado da pele com seu tom, brilho ou opacidade, os cabelos, seu volume e colorido; a marcha, a diminuição da força muscular, etc., etc. são visíveis. Somem-se outros acontecimentos naturais que se revelam mais sob orientação clínica, onde as funções dos vários aparelhos diminuem ou são eliminadas, como por exemplo, a função sexual na característica de gerar vida.

Quanto a capacidade mental, ela também se ressente por influência dessas alterações.

"A medida que envelhecemos, segundo mostram inúmeros estudos, nosso cérebro sofre um verdadeiro encolhimento (...) a substância cinzenta (do cérebro) é perdida mais precocemente (dos 20 aos 50 anos) e a substância branca sofre uma perda mais acentuada em idades mais avançadas (dos 70 aos 90 anos de idade). A perda de peso é algo em torno de 7 a 8% em relação ao peso máximo alcançado na vida adulta. Tal declínio da massa cerebral, se deve, fundamentalmente, à perda de células nervosas (neurônios) tendo-se demonstrado uma perda de mais de 50% em algumas regiões específicas do cérebro como a frontal e a temporal superiores. Alguns pesquisadores apontaram também, uma perda dos dentritos dos neurônios, após os 80 anos de idade (...). Medição da capacidade de glicose (fonte de energia) pelo cérebro vem demonstrando uma redução após os 70 anos de idade. Uma conseqüência é a queda na capacidade de síntese do neurotransmissor acetilcolina. Neurotransmissores são liberados nas sinapses (pontos de ligação entre os neurônios) facilitando o impulso de uma célula para outra. Suspeita-se que o decréscimo moderado na atividade da acetilcolina cerebral possa ser responsável por uma redução discreta na capacidade de atenção, concentração e aprendizagem comumente encontrada entre pessoas idosas. Todavia, a grande maioria das pessoas chega aos 75 e 80 anos ainda com bom nível de desempenho intelectual mostrando que o nosso organismo tem uma certa reserva funcional para enfrentar as perdas"1
 
Essa constatação de uma realidade natural é imprescindível conhecer. Não é o homem porém, só um aglomerado de trilhões e trilhões de células, mas uma Individualidade imortal que se serve por um determinado tempo, de uma matéria que lhe permitirá exteriorizar-se usando (essa matéria e exteriorização) para burilamento (educação) da essência.

Desse modo há perfeita interação, ação recíproca, mútua entre mente/corpo, sendo impossível dissociar um do outro, o que equivale dizer, o Espírito da matéria.

A ação, a interferência do psiquismo no mundo orgânico é preponderante para que se possa viver em equilíbrio. A matéria por suas limitações cerceará a exteriorização do Espírito mas a saudável disposição mental deste se refletirá no conjunto em forma de bem-estar no dinamismo, lúcido, vívido, interessado e atuante fornecendo "(...) lubrificante para as engrenagens celulares que passam a movimentar-se sob o comando equilibrado"2

Isso é novidade?

Não. Os pais gregos da Medicina já compreendiam esse papel interativo do Espírito e a importância desse comando dinâmico para a constituição harmônica da existência humana. A cada dia, os cientistas da Saúde constatam mais evidências dessa realidade, demonstrando que o processo educativo no qual o Espírito se insira ou não, produzirá reflexos na área da saúde, facultando o surgimento e manutenção de enfermidades (limitações) ou preservando e administrando o conjunto em boa atividade.

Comportamentos estressantes;
sentimentos agressivos;
conduta conformista exterior e rebeldia interna;
guardar ressentimentos ou paixões perturbadoras;
ambições desmedidas;
autodesamor etc., etc., etc....
Transformam-se em toxinas que o cérebro elabora. Nesse desequilíbrio mental, os venenos produzidos se espraiam pelo sistema nervoso central, fixam-se no corpo físico especialmente nos órgãos, regiões mais sensíveis estabelecendo o desconcerto geral. As emissões são carregadas de energia deletéria, depressiva, inconformista, perturbadora onde os efeitos se apresentam danosos, agredindo inclusive as defesas imunológicas, limitando ou/e desarticulando os mecanismos de equilíbrio que respondem pela saúde.

Por outro lado, os sentimentos de: esperança, fé, alegria, amor, paz, entusiasmo, idéias, planos edificantes enfim, proporcionam altas descargas de energias salutares que "(...) são conduzidas pelas moléculas dos peptídeos em forma de endorfinas, interferon, interleucinas e outras substâncias equivalentes que restabelecem a equilibrada mitose celular recuperando-as das desarticulações, estimulando os leucócitos e gerando circuito de vibrações bem estruturadas.

Essa interação mente/corpo é resultado de não ser a constituição humana só material, mas essencialmente psicofísica portanto, trabalhada pelo Espírito que é o agente da vida inteligente e organizada da criatura"2 As emissões constituídas dessas idéias acima, exteriorizam-se em respostas saudáveis no corpo que se apresenta dinâmico, jovial preservando seus equipamentos.

Sob esse enfoque, o Espírito, segundo a proporção do trabalho educativo que realiza consigo no decorrer do tempo, na existência em si, envia continuadamente mensagens do mais variado teor a todos os setores do corpo físico pelo qual se manifesta.

Dessa forma, a idade cronológica, tem importância limitativa relativa mais ou menos acentuada, segundo a disposição/entendimento/educação do Espírito. Nesse tempo exteriorizar-se-á o idoso ou o velho como resultado do que construiu, elaborou, realizou, manteve e cultivou, durante toda uma vida.

Surge a interrogação - como ou quais as formas mais comuns de rreação frente a essa realidade?

Pode-se rejeitar, mas esta em si mesma, de forma alguma altera o quadro; antes, amplia e complica-o. Pode-se detestar, maldizendo desde sempre a idéia, na expressão rebelde que destrói as reservas de equilíbrio e força, aumentando aflições. Pode-se aceitar, com resignação estática, indiferente que não trabalhando a causa semeia a morbidez no desânimo conformado, passivo, que se instala. Somente a aceitação dinâmica, aquela que compreende o acontecimento e marcha envolto em planos, ideais e realizações, atenua conseqüências. Superando-se o peso de grandes esforços é que contribui para manutenção harmônica do ser inteligente sempre, sempre aprendendo novas lições, desenvolvendo valores em gérmen, vinculado às Fontes Superiores de onde procede, que o inspiram e animam em todas as vicissitudes pelas quais inevitavelmente passará.

Essas seriam em tese, em ideal, os raciocínios, as premissas que deveriam em processo educativo constar da formação de uma mentalidade de respeito primeiro, cada um consigo para irradiando-se nos outros reformar a idéia de que idoso e velho seriam sinônimos.

Sem isso como o idoso se vê? como é visto, de um modo geral?

Bibliografia:

Neto, João Germano - "O cérebro e a memória no envelhecimento"
Dicionário Aurélio
Enciclopédia Mente - vol. 18 e 19
Ângelis, Joanna de - "Dias Gloriosos" - "Interação mente/corpo" é "Energia mental e vida saudável"
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(Jornal Verdade e Luz Nº 179 de Dezembro de 2000)




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