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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Apascenta as minhas ovelhas







"Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes outros?" (João, 21:153)
Que razões insondáveis teriam levado o Mestre, em Espírito, uma vez que já havia acontecido o episódio da crucificação, a indagar de Pedro, por três vezes consecutivas, se ele o amava mais do que os outros seus companheiros?
Diante da resposta positiva do apóstolo, o Espírito do Mestre acrescentou: - _"Apascenta as minhas ovelhas.
Será que essa pergunta foi formulada porque o imperioso pescador do Tiberíades deveria ser na realidade o chefe dos apóstolos?
Entretanto, ele havia recomendado aos seus discípulos que nenhum deles deveria procurar exercer hegemonia, e a História nos esclarece que Tiago Maior, e não Pedro, se tornou, de fato, o orientador do pugilo de apóstolos após o episódio da crucificação, exercendo sobre os demais evidente liderança.
O dedicado apóstolo, habituado a ver João confabular muito freqüentemente com o Senhor, surpreendeu-se pelo fato de ele fazer-lhe aquela indagação, em vez de fazê-la a João. Por isso, olhando para trás e vendo o discípulo amado vir a certa distância, indagou: E deste, o que lhe será feito? O que mereceu a réplica: Que te importa se a este quero que fique até que eu volte?
Esta passagern evangélica levou os discípulos a acreditarem que João não desencarnaria enquanto Jesus Cristo não voltasse. Os fatos posteriores comprovararn que não foi assim. João foi o único apóstolo que não pereceu de morte violenta, pois foi preso, remetido para um longo exílio na Ilha de Patmos, onde desencarnou após haver recebido, por via mediúnica, o monumental livro que se chama Apocalipse.

                             


Os Evangelhos registram também que, logo após ter formulado aquela pergunta a Pedro, o Mestre acrescentou: Na verdade, na verdade te digo, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; mas quando já fores velho, estenderás as mãos; e outro te cingirá, e te levarás para onde tu não queiras, o que foi interpretado como sendo uma antevisão do gênero de morte que o grande apóstolo iria experimentar.

É digno de realce, nesse ensinamento, ter Jesus Cristo surgido em Espírito aos seus antigos companheiros, propiciando assim a mais efusiva demonstração da imortalidade da alma, comprovando que esta sobrevive daquilo que se convencionou chamar morte. A crucificação aniquilou o corpo que o Mestre havia tomado para o desempenho do seu Messiado, mas, a sua alma, imperecível, eterna, sublimada, prosseguiu para a eternidade, deixando o túmulo vazio, numa demonstração inequívoca ele que a morte não é o fim.
O Espírito de Jesus, liberto do corpo, ainda permanecia preocupado com a instabilidade de Pedro, no tocante a sua libertação pelo conhecimento da verdade, por isso, voltou a fim de indagar se ele o amava mais do que os demais, se ele estava em condições de desvencilhar-se dos convencionalismos, dos ritualismos e do apego às tradições, abandonando tudo para, tão-somente, abraçar a doutrina libertadora que ele viera revelar, tornando-se na realidade um autêntico pastor de todas as ovelhas, de todas as almas, ainda que fossem dos mais diversos rebanhos. E só ele estava apto a falar aos judeus ortodoxos, aos samaritanos, aos gentios.
Aparentemente Simão Pedro e os demais apóstolos, pelo fato de serem homens de pouca letra, ou por motivo de apego aos formalismos, estavam despreparados para a tarefa gigantesca de revolver e revolucionar o mundo religioso dos pagãos. Essa contingência levou o Espírito ele Jesus a convocar Paulo ele Tarso, na Estrada de Damasco, a fim de que o novo e dinâmico discípulo levasse as palavras altamente consoladoras e esclarecedoras dos Evangelhos a todos os povos, a todas as ramificações religiosas, procurando assim cooperar na tarefa ingente de reunir todas as ovelhas num só rebanho.
A História demonstrou que João não ficou até que o Cristo voltasse. Portanto, é óbvio que das palavras do Mestre se deverá extrair o Espírito que vivifica. Por outro lado, o Cristo não voltou nem voltará na forma que os homens concebem. A sua volta será como o relâmpago que parte do Oriente e se mostra no Ocidente, ou seja, será tarefa não somente de um homem, mas de uma plêiade de Espíritos benfeitores, sob a égide do Espírito de Verdade. Quando então será restaurada na Terra a excelsitude dos ensinamentos de Jesus Cristo.
O Espiritismo que representa o advento do Consolador, se encarregará dessa magistral tarefa de restabelecer em seus devidos lugares tudo aquilo que o Mestre nos ensinou, tudo aquilo que os interesses de homens e grupos fizeram com que fosse retirado dos seus lugares, sofrendo o impacto das deturpações.

por: Paulo A.Godoy


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