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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Santuário de Aparecida e as minhas 'mães'


Conheci  o Santuário de Aparecida, graças a minha sogra,Magnólia de Souza Fomm, que em 2006 me inscreveu na caravana da qual participava todos os anos. 


Como justificativa ela disse que não queria morrer sem levar cada um dos filhos, genros, netos e noras até lá. 


Daqui de casa foi primeiro o "meu Guerreiro", que resistiu até que eu o convenci que não custava fazer o gosto da sua mãe.

E assim foi. 
A satistafção dela me provou ter valido a pena. 






Aos 83 anos a matriarca da familia Fomm, era a doçura em pessoa, sem deixar de lado a autoridade conquistada ao longo da vida. 
No ano seguinte, foi minha vez; fui curiosa e até meio temerosa, pois para alguém na idade dela,com a acuidade comprometida, o percurso seria muito cansativo.

Mas qual não foi minha surpresa, quando lá chegamos, ela conhecia cada canto, me mostrou tudo, foi uma verdadeira cicerone.
Foi assim, que tão logo chegamos, por volta das cinco horas da manhã, ela me indicou pra que lado ficavam os lavatórios, depois onde poderíamos tomar café, e em seguida me levou para  conhecer todas as sub divisões do santuário.

Sob sua orientação, visitamos, cada sala, até chegarmos a uma enorme fila, aliás um grande aglomerado que seguia lentamente afunilando em 4 filas. Peguei a primeira  à esquerda, sem saber ao certo o que encontraria, e logo deparei com os azuleijos do tipo portugueses, contando a história do encontro da imagem da santa; creio que em seguida tinha um afresco com motivos identicos, e a fila seguia lenta, muito lenta. Eu segurando dona “Lica” pelo braço, ouvia-lhe constantemente que tivesse atenção com a bolsa.




Nesta época já estavam reformando o santuário para a visita do Papa Bento 16,que  ocorreu em 2007, e toda a parte aérea estava envolta em verdes telas protetoras, e muitos andaimes, deixando  somente o espaço do corredor, para a passagem dos devotos.
Fiquei interessada em conhecer a reforma  pronta, e o efeito dos tijolinhos à vista, deve ter ficado bem bonito!

Eu estava na condição de observadora, visto não ser católica; era apenas uma turista descomprometida com a questão religiosa,porém me mantinha em posição respeitosa, e por isto mesmo fui surpreendida quando ao chegar na área diante da imagem da Santa, comecei a sentir os pelos dos meus braços e rosto iriçados como quando passamos o braço pela tela da televisão e esta senssação se tornou mais forte sobre minha fronte,e tomou toda a minha beça, com a força de alguém que mesmo de forma suave me tocava a testa com a mão espalmada; fui envolvida por uma energia gostosa refrescante e revitalizante inexplicável, que fluiu por todo o meu corpo.


Surpreendida, olhei para o alto, esperando encontrar um ventilador,que soprasse lá de cima na minha direção,  e ao entender o que  ocorria,  uma fortíssima emoção me tomou ao ponto das  lágrimas, constrangida olhei para os lados e vi que  todos choravam como eu. 
Estávamos exatamente sob o nicho da imagem da Santa.
Atentei por alguns minutos silenciando a alma e então pude sentir em plenitude toda a energia que emanava naquele lugar, envolvendo a todos que por ali passava. 



Fiquei feliz por comprovar mais uma vez, que onde houver dois ou mais reunidos em nome de Jesus, Ele se apresentará na forma dessa poderosa, indiscutível e indiscritivel energia, esta egregora , que  é possível quando pessoas  se reunem com objetivos elevados, unificados na expressão do Amor em sua mais elevada expressão. 
E era esta a condição de cada um dos presentes que ali, cada qual da sua forma individual, foram para agradecer por bençãos recebidas ao longo do ano, ou para as pedir. Eu mesma não fazendo parte dos sentimentos dos romeiros,porque não pedia, nem agradecia por nada, apenas observava, também fui agraciada com a sensação de um beijo do Amor de mãe; A Mãe de toda a Cristandade, a Mãe de toda a humanidade.
Saí dali diferente,e não consigo até hoje, colocar em palavras, mas a certeza de que algo novo fazia parte de mim a partir daquele momento, daquela experiencia. E foi com este espirito de reverencia sincera nascida de minha alma tocada sutilmente pela energia amorosa emanada daquela nave, que  continuei a visitar cada sala do Santuário. 
Minha mãe


Minha sogra e o Ministro Animal Morais
Enquanto fazia a caminhada, de braços dados com minha 'mãe-sogra,' refletia sobre lições recebidas de minha propria mãezinha, sobre a Virgem Maria e as várias formas de sua representatividades mundo afora, conforme o pensamento de cada grupo, de cada individuo.


 Quanta sabedoria naquela mulher simples analfabeta das letras, mas de coração iluminado por uma sabedoria que nenhuma escola humana pode passar! 


Eu e Magnólia Fomm
Agradeci a elas(minha mãe, minha sogra e Maria) então, e agradeci ao Criador por ter me colocado ao lado de pessoas simples e sabias, que não mediram esforços para me ensinar o máximo de conhecimentos.


Estas mulheres hoje já não estão mais na terra, mas continuam mais vivas do que nunca em meu coração.




Acho que a grande lição desta aventura, foi a do amor que não conhece barreiras e não se sectariza por conta das concepções pessoais ou grupais dos seres humanos.




Um comentário:

Dóris Costa Tapetes disse...

Eunice que historia linda eu adorei,sou devota de Nossa Senhora Aparecida e toda vez que vou ao Santuario sou tomada pela emoção,parabens seu cantinho e lindo e libera uma paz muito grande,fico triste por sua sogra e sua mãe que nao estão,mais,aqui ,Mas estão olhando para ti,
Fica com Deus..



http://crocheraiodeluz.blogspot.com.br/