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sábado, 9 de junho de 2012

Perdas Não, mas Transformações

















Perdi meu filho! Perdi minha filha! 
Estas são expressões lacrimosas de pais vestidos de dor, pela morte dos seus filhos. 
A lógica humana pondera que os pais devam morrer antes dos filhos. Seria a ordem natural das coisas. - Comenta-se. 
No entanto, a vida tem suas próprias diretrizes e não segue a lógica que se lhe tenta determinar. 
Cada ser tem seu tempo certo de vida. Seu momento de partir. 
Cada criatura traz, ao nascer, a programação que estabelece o quantum de anos deva transitar sobre a Terra. 
Por isso, inúmeras vezes, partem antes os filhos do que seus pais. 
Isso sem se falar das mortes que ocorrem por conta e risco da imprudência, dos desatinos, das inconsequências mundanas. 
De toda forma, o processo de separação pela morte é extremamente doloroso, na Terra. 
Acostumados à vestimenta carnal, grosseira, impedidos de ver o mundo invisível, que nos cerca, choramos a ausência dos que nos disseram o grande adeus, na aduana da morte. 
Chorando e lamentando, falamos de perda. Mas, como escreveu José Saramago: Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo. 
Eis o ponto. Ninguém perde ninguém. Os filhos nos são confiados à guarda pela Divindade. Os pais nos são oferecidos como portos de segurança. 
Cada pessoa que nos conquista a afeição pode permanecer conosco um tempo mas, bem poderá ser convidada ao retorno, antes de nós. 
Compete-nos, portanto, estarmos preparados a fim de que não detenhamos as lutas porque alguém se foi. Não nos vistamos de crepe porque a morte arrebatou o ser amado do nosso lado. 
Sobretudo não utilizemos palavras como perda, pois que o que se verifica é a ausência da presença física. 
Os que partem prosseguem nutrindo por nós os mesmos sentimentos. 
Se nos amam, envolvem-nos com seus abraços espirituais de forma constante. De onde se encontrem, trabalhando no bem, crescendo no progresso, nos enviam suas mensagens de luz. 
Aguardam-nos, a cada noite, o desprendimento do corpo para dialogarem conosco mais intensamente. E nos abençoam as lembranças, fazendo-nos tudo recordar como um delicado sonho, ao despertar. 
Alegram-se com nossas conquistas. Fazem-se presentes em nossas festividades e nos enxugam as lágrimas, nos dias de desolação. 
Alimentam a nossa saudade com suas sutis presenças e, vez ou outra, espalham o perfume do seu amor, causando-nos doces emoções. 
Incentivam-nos nas lutas de cada dia e aguardam, paciente e amorosamente, que os anos transcorram a fim de que se processe o reencontro. 
Eles nos disseram Até logo mais, não Adeus. 
Afetos ausentes. Não perdidos, nem desaparecidos. 
Pensemos nisso e reformulemos nossos pensamentos e palavras. 

Redação do Momento Espírita. 
Em 02.04.2012. 





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