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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Poema do Deus Divino



Poema do Deus Divino

(Alziro Zarur)


 O Deus que é a Perfeição, e que ora eu tento 
Cantar em versos de sinceridade,
Eu nunca o vi, como em nenhum momento
Vi eu o vento ou a eletricidade.
Mas esse Deus, que é meu eterno alento,
Deus de Amor, Justiça e de Bondade,

Eu, que não o vejo, eu o sinto de verdade,
Como à eletricidade, como ao vento.
Eu o sinto na ânsia purificadora,
Na manifestação renovadora
Do Belo, da Pureza, da Afeição.
Pois creio é nesse Deus Imarcescível
Que ampara a humanidade imperfeitíssima:
Deus de uma Perfeição inacessível
À humana indagação falibilíssima.
Mas a religião criou Jeová
Como um homem-gigante no infinito;
Que, apesar de onisciente, vive aflito,
Sem ao menos prever o que fará;
Deus que ama e que se vinga, como nós;
Que arrepende de criar o homem;
E, ante os remorsos que a alma lhe consomem,
Ameaça o mundo com uma fúria atroz ...
Tragicomédia multimilenar !
Como pode entre os homens haver paz,
Se um Deus, que se arrepende do que faz,
Inventa o inferno para os castigar?
Repilo o antropomorfo lavé das pestes,
Que os doutores da lei tanto restringem!
Nego as penas eternas, que me impingem
Os proprietários das mansões celestes!

O Deus-satã, ou Deus infernalista,
Não me convence mais, em nenhum grau:

Não posso crer nesse Jeová sadista,
Mais vingativo que um homem mau.
Um Deus parcial, um Deus que tem eleitos,
Que fez Jesus de perfeição sem jaça,
É humana concepção, cujos efeitos
Dão uma Graça exdrúxula: sem graça.
Prefiro crer no Eterno Deus Divino,
Que há um século derrama os seus clarões
De Deus Total que é a síntese, o supino
Infinito de sumas perfeições.
Deus que o homem vislumbrou no ano horizonte
-1857-
Esse ano em que morreu Augusto Comte,
Cuja ciência as religiões derrete.
E é pena que o titã de Montpellier
Não vivesse um pouquinho mais de idade,
Para assistir ao grande alvorecer
Da nova Religião da Humanidade!

Pois creio é nesse Deus Imarcescível
Que ampara a humanidade imperfeitíssima:
Deus de uma Perfeição inacessível
À humana indagação falibilíssima.
Tinhas razão, meu velho amigo Comte:
As religiões –antigas ou modernas –
Alimentam as dúvidas eternas...
Uma não há que o rumo certo aponte!
Se amam o Bem, o Mal também amaram,
No afã de dominar a qualquer preço:
Se inda hoje é assim, pior foi no começo,
Pois em nome de Deus sempre se odiaram!
Como explicar, ó Comte, o ódio implacável
Entre os crentes no mesmo Deus amável,
Que em vão semeia Amor aos filhos seus?
Loucos fiéis, fanáticos e maus!

Eles criaram o hediondo caos
Em que se geram todos os ateus...
Pois creio é nesse Deus Imarcescível
Que ampara a humanidade imperfeitíssima:
Deus de uma Perfeição inacessível
À humana indagação falibilíssima.
A única doutrina espiritual
Que o homem não fez, embora médium peque,
É aquela que tranluz – não integral –
Na codificação de Allan Kardec.
Se é religião, ou deixa de o ser,
Na verdade bem pouco valor tem:
Podemos facilmente compreender
Que religião jamais salvou ninguém.

Se há religião que salve é a da Bondade,
Do amor a Deus e amor aos semelhantes,
Sem quaisquer sectarismos humilhantes,
Que mascaram insídias da maldade.
Católico, e Judeu, e rosa-cruz,
E protestante, e espírita, também:
-Que religião instituiu Jesus,
Senão a eterna Religião do Bem?
Pois creio é nesse Deus Imarcescível
Que ampara a humanidade imperfeitíssima:
Deus de uma Perfeição inacessível
À humana indagação falibilíssima.
Por ser de bons Espíritos doutrina,
Deu-lhe Kardec um nome: Espiritismo
(Nome predestinado a triste sina
Nos púlpitos do Santo Fanatismo).
Não esse espiritismo de crendices,
Que enleia e subjuga o vulgo asnático;
Não o bas fond de públicas sandices
Ou o carnaval de “espiritismo prático”;
Não esse espiritismo de assaltantes
Da bolsa de incautos ambiciosos-
Baixezas de insolentes cartomantes
E de outros pseudomédiuns criminosos.

Se os “guias” a Verdade não transtornam,
Há um fato que não tem contestações:
É que as sessões espíritas se tornam
Um paraíso de contrafações.
Se o Espíritismo fosse apenas isto
-Macumbas com moambas para o mal
E mágicas da bola de cristal-
Louvado seja o Mestre Jesus Cristo!
Seria melhor que, então, voltássemos
Aos tempos da primeira encarnação
E, antropófagos vis por vocação,
Nunca mais nesse mundo reencarnássemos!
Mas até isso o poeta explicará
(E creio que real serviço presto):
O Espiritismo apenas triunfará
Quando o homem for visceralmente honesto.
Não falo,pois, da “fábrica de loucos”
Dos Silva Melo ou dos Henrique Roxo:
Mas do alto Espiritismo, desses poucos
Que não têm dogmas para impor o arrocho.
Eu canto o EspiritismoCiência Pura,
De Crookes, Flammarion e até Richet;
Que ilumina, e consola, e acalma, e cura
O homem que estuda, e persevera, e crê.


Não quero convencer os caprichosos
Agnósticos, e céticos, e ateus:
Bem sei que, para os homens orgulhosos,
Não tem lógica a Lógica de Deus.
Esses correm, também, ao seu destino,
Dentro da universal evolução,
E vão ampliando o próprio descortino
No alto mistério da reencarnação.
Bondade – que os pecados não consomem –
Do Espírito Divino aos filhos seus:

Deus sempre desce até seu filho, o homem,
Quando o homem sobe até seu Pai, que é Deus!
Pois creio é nesse Deus Imarcescível
Que ampara a humanidade imperfeitíssima:
Deus de uma Perfeição inacessível
À humana indagação falibilíssima.


3 comentários:

Edijane Ferreira disse...

*****
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e estou te seguindo deixo aqui o link do meu blog pra vc me visitar
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******

tania M disse...

Olá sou da Bu e estou te seguindo tb.Seu blog é muito bom,gostei da leitura.Se puder me visite e se gostar me siga.
tania Mara

www.fuxikitosecia.blogspot.com

Mamuska Fomm disse...

Olá Tania Mara , que bom ter voce por aqui! Claro que vou visitá-la.
Felicidades em 2013!