LIÇÕES DE
SABEDORIA
Todo conhecimento superior que se
adquire visa ao desenvolvimento moral e espiritual do ser. No que diz respeito
às conquistas imortais, a responsabilidade cresce na razão direta daquilo que
se assimila. Ninguém tem o direito de acender uma candeia e ocultá-la sob o
alqueire, quando há o predomínio de sombras solicitando claridade. A consciência
esclarecida, portanto, não se pode omitir quando convidada ao serviço de
libertação da ignorância de outras em aturdimento. Somos células pulsantes do
organismo universal, e quando alguém está enfermo, debilitado, detido no
cárcere do desconhecimento, o seu estado se reflete no conjunto solicitando
cooperação.
Jesus é o exemplo dessa
solidariedade, porque jamais se escusou, nunca se deteve, avançando sempre e
convidando todos àqueles que permaneciam na retaguarda para segui-lO. Esse é o
compromisso do ser inteligente na Terra e no Espaço: socorrer em nome do amor
os irmãos que se detêm ergastuiados no erro, no desconhecimento, na dor...
“A Humanidade, desde priscas Eras,
tem recebido a iluminação que verte do Alto. Nunca faltaram os missionários do
Bem e da Verdade conclamando à ascensão, à superação das imperfeições morais.
Em época alguma e em lugar nenhum deixou de brilhar a chama da esperança em
nome de Nosso Pai, que enviou os Seus apóstolos ao Planeta, a fim de que todas
as criaturas tivessem as mesmas chances de auto realização e de crescimento
interior.
Todos eles, os nobres Mensageiros da
Luz, desempenharam as suas atividades em elevados climas de enobrecimento e de
abnegação, que deles fizeram líderes do pensamento de cada povo, de todos os
povos.
“Foi, no entanto, Jesus, quem melhor
se doou à Humanidade, ensinando pelo exemplo dedicação até à morte, e
oferecendo carinho até hoje, aguardando com paciência infinita que as Suas
ovelhas retornem ao aprisco”.
Apesar das Suas magníficas lições, o
ser humano alterou o rumo da Sua proposta de lídima fraternidade, promovendo
guerras de extermínio, elaborando castas separatistas, elegendo ilusões para a
conquista do reino terrestre... Sabendo, por antecipação, dessa peculiaridade
da alma humana, o Mestre prometeu o Consolador que viria para erguer em
definitivo os combalidos na luta, permanecendo com as criaturas até o fim dos
tempos...
“E o Consolador veio. Ao ser
apresentado no Espiritismo, surgiram incontáveis possibilidades de edificação
humana, pelo fato de a Doutrina abarcar os vários segmentos complexos e
profundos da Ciência, da Filosofia e da Religião, contribuindo em todas as
áreas do conhecimento e da emoção para o desenvolvimento dos valores eternos e
a consequente consolidação do reino de Deus na Terra. Expandindo-se a
Codificação kardequiana, as multidões esfaimadas de paz e atormentadas por
vários fatores, acercaram-se e continuam abeberLIÇÕES DE SABEDORIA
Todo conhecimento superior que se
adquire visa ao desenvolvimento moral e espiritual do ser. No que diz respeito
às conquistas imortais, a responsabilidade cresce na razão direta daquilo que
se assimila. Ninguém tem o direito de acender uma candeia e ocultá-la sob o
alqueire, quando há o predomínio de sombras solicitando claridade. A
consciência esclarecida, portanto, não se pode omitir quando convidada ao
serviço de libertação da ignorância de outras em aturdimento. Somos células
pulsantes do organismo universal, e quando alguém está enfermo, debilitado,
detido no cárcere do desconhecimento, o seu estado se reflete no conjunto
solicitando cooperação.
Jesus é o exemplo dessa
solidariedade, porque jamais se escusou, nunca se deteve, avançando sempre e
convidando todos àqueles que permaneciam na retaguarda para segui-lO. Esse é o
compromisso do ser inteligente na Terra e no Espaço: socorrer em nome do amor
os irmãos que se detêm ergastuiados no erro, no desconhecimento, na dor...
“A Humanidade, desde priscas Eras,
tem recebido a iluminação que verte do Alto. Nunca faltaram os missionários do
Bem e da Verdade conclamando à ascensão, à superação das imperfeições morais.
Em época alguma e em lugar nenhum deixou de brilhar a chama da esperança em
nome de Nosso Pai, que enviou os Seus apóstolos ao Planeta, a fim de que todas
as criaturas tivessem as mesmas chances de auto realização e de crescimento
interior.
Todos eles, os nobres Mensageiros da
Luz, desempenharam as suas atividades em elevados climas de enobrecimento e de
abnegação, que deles fizeram líderes do pensamento de cada povo, de todos os
povos.
“Foi, no entanto, Jesus, quem melhor
se doou à Humanidade, ensinando pelo exemplo dedicação até à morte, e
oferecendo carinho até hoje, aguardando com paciência infinita que as Suas
ovelhas retornem ao aprisco”.
Apesar das Suas magníficas lições, o
ser humano alterou o rumo da Sua proposta de lídima fraternidade, promovendo
guerras de extermínio, elaborando castas separatistas, elegendo ilusões para a
conquista do reino terrestre... Sabendo, por antecipação, dessa peculiaridade
da alma humana, o Mestre prometeu o Consolador que viria para erguer em
definitivo os combalidos na luta, permanecendo com as criaturas até o fim dos
tempos...
“E o Consolador veio. Ao ser
apresentado no Espiritismo, surgiram incontáveis possibilidades de edificação
humana, pelo fato de a Doutrina abarcar os vários segmentos complexos e
profundos da Ciência, da Filosofia e da Religião, contribuindo em todas as
áreas do conhecimento e da emoção para o desenvolvimento dos valores eternos e
a consequente consolidação do reino de Deus na Terra. Expandindo-se a
Codificação kardequiana, as multidões esfaimadas de paz e atormentadas por
vários fatores, acercaram-se e continuam abeberando-se na fonte generosa e
rica, para serem atendidas, sorvendo os seus sábios ensinamentos.
“Quando, porém, deveriam estar
modificados os rumos convencionais e estabelecidos a fraternidade, a
solidariedade, a tolerância, o trabalho de amor na família que se expande,
começam a surgir desavenças, ressentimentos, conflitos, campanhas de
perturbação e ataques grosseiros, repetindo-se as infelizes disputas geradas
pelo egoísmo e pela vã cegueira das paixões dissolventes, conforme ocorreu no
passado com o Cristianismo, destruindo a sementeira ainda não concluída e ameaçando
a ceifa que prometia bênçãos.
Espíritos uns, possuídos pelo desejo
de servir, mergulham no corpo conduzindo expectativas felizes para ampliar os
horizontes do trabalho digno, mas, vítimas de si mesmos e do seu passado
sombrio, restabelecem as vinculações enfermiças, tombando nas malhas bem
urdidas de obsessões cruéis, vitimados e perdidos... Outros mais, que deveriam
ser as pontes luminosas para o intercâmbio entre as duas esferas vibratórias,
açodados na inferioridade moral, comprometem-se com os vícios dominantes no
mundo e desertam das tarefas redentoras... Diversos outros ainda, preparados
para divulgar o pensamento libertador, deixam-se vencer pelo bafio do egoísmo e
do orgulho que deveriam combater, tornando-se elementos perturbadores, devorados
pela ira fácil e dominados pela presunção geradora de ressentimentos e de
ódios... A paisagem, que deveria apresentar-se irisada pela luz do amor,
torna-se sombreada pelos vapores da soberba e do despautério, tornando-se palco
de disputas vis e de promoções doentias do personalismo, longe das seguras
diretrizes do legítimo pensamento espírita...
Que estão fazendo aqueles que se
comprometeram amar, ajudar-se reciprocamente, fornecendo as certezas da
imortalidade do Espírito e da Justiça Divina? Enleados pelos vigorosos fios da
soberba e da presunção, creem-se especiais e dotados com poderes de a tudo e a
todos agredir e malsinar.
“Como consequência dessa atitude
enferma estão desencarnando muito mal, incontáveis trabalhadores das lides
espíritas que, ao inverso, deveriam estar em condições felizes. O retorno de
expressivo número deles ao Grande Lar tem sido doloroso e angustiante, conforme
constatamos nas experiências vivenciadas em nossa Esfera de atividade fraternal
e caridosa. O silêncio em torno da questão já não é mais possível. Por essa
razão, anuímos que sejam trombeteadas as informações em torno da desencarnação
atormentada de muitos servidores da Era Nova em direção aos demais combatentes
que se encontram no mundo, para que se deem conta de que desencarnar é
desvestir-se da carne, libertar-se dela e das suas vinculações, porém, é
realidade totalmente diversa e de mais difícil realização.”
O digno missionário silenciou por
breves segundos, logo dando curso aos seus enunciados:
— Felizmente nos confortam o
testemunho de inúmeros heróis do trabalho, os permanentes exemplificadores de
caridade, a constância no bem pelos vanguardeiros do serviço dignificante, os
ativos operários da mediunidade enobrecida e dedicada ao socorro espiritual, os
incansáveis divulgadores da verdade sem jaça e sem prepotência que continuam no
ministério abraçado em perfeita sintonia com as Esferas Elevadas de onde
procedem.
“Quem assume compromisso com Jesus
através da Revelação Espírita, não se pode permitir o luxo de O abandonar na
curva do caminho, e seguir a sós, soberbo quão dominador, porque a morte o
aguarda no próximo trecho da viagem e o surpreendera conforme se encontra, e
não, como se dará conta do quanto deveria estar melhor mais tarde.
A transitoriedade da indumentária
física é convite à reflexão em torno dos objetivos essenciais da vida que, a
cada momento, altera o rumo do viajante de acordo com o comportamento a que se
entrega. Ninguém se iluda, nem tampouco iluda aos demais. A consciência, por
mais se demore anestesiada, sempre desperta com rigor, convidando o ser ao
ajustamento moral e à regularização dos equívocos deixados no trajeto
percorrido. Todos quantos aqui nos encontramos reunidos, conhecemos a
dificuldade do trânsito físico, porque já o vivenciamos diversas vezes, e ainda
o temos vivo na memória e nos testemunhos a que fomos convocados. Ninguém
esteve na Terra em regime de exceção. Apesar disso, bendizemos as dificuldades
e as provas que nos estimularam ao avanço e à conquista da paz.
“Provavelmente, estas informações,
quando forem conhecidas por muitos correligionários, serão contraditadas e
mesmo combatidas. Nunca faltam aqueles que se entregam à zombaria e à aguerrida
oposição. Os seus estímulos funcionam melhor quando estão contra algo ou
alguém. Não nos preocupamos com isso. Cumpre-nos, porém, o dever de informar
com segurança, e o fazemos com o pensamento e a emoção direcionados para a
Verdade. Como os reencarnados de hoje serão os desencarnados de amanhã, e
certamente o inverso acontecerá, os companheiros terrestres constatarão e se
cientificarão de visu. Jamais nos cansaremos de amar e de servir, tentando
seguir as luminosas pegadas de Jesus, que nos assinalou com sabedoria: — Muitos
serão chamados e poucos serão escolhidos. Sem a pretensão de sermos escolhidos,
por enquanto apenas pretendemos atender-lhe ao sublime chamado para o Seu
serviço entre as criaturas humanas de ambos os planos da vida.”
Calando-se, visivelmente emocionado,
ergueu-se e, nimbado por peculiar claridade que dele se irradiava, exorou a
Deus com inesquecível tom de voz:
Amantíssimo Pai, incomparável Criador
do Universo e de tudo quanto nele pulsa!
Tende compaixão dos vossos filhos
terrestres, mergulhados nas sombras densas da ignorância e do primarismo em que
se demoram.
A vossa excelsa misericórdia tem-se
consubstanciado em lições de vida e de beleza em toda parte, convidando-nos,
estúrdios que somos, ao despertamento para a vossa grandeza e sabedoria
infinita. Não obstante, continuamos distraídos, distantes do dever que nos cabe
a tendei.
Apiedai-vos da nossa pequenez e
deixai-nos sentir o vosso inefável amor, que nos rocia e quase não é percebido,
a fim de alterarmos o comportamento que vimos mantendo até este momento.
Enviastes-nos Jesus, o inexcedível
Amigo dos deserdados e dos infelizes, depois de inumeráveis Mensageiros da Luz,
ouvimos-Lhe a voz, sensibilizamo-nos com o Seu sacrifício, no entanto,
desviamo-nos do roteiro que Ele nos traçou e continua apontando. Tombando,
porém, no abismo, por invigilância e leviandade, tentamos reerguer-nos várias
vezes, e nos ajudastes por compaixão, sem que essa magnanimidade alterasse por
definitivo nossa maneira de ser durante os séculos transatos.
Permitistes que Allan Kardec
mergulhasse no corpo, afim de demonstrar-nos a imortalidade da alma, quando
campeava a descrença e a cegueira em torno da vossa Majestade, e também nos
fascinamos com o mestre lionês.
Logo depois, porém, eis-nos perdidos
no cipoal dos conflitos a que nos afeiçoamos, experimentando sombra e dor,
esquecidos das diretrizes apresentadas.
No limiar da Nova Era que se anuncia,
permiti que vossa luz imarcescível nos clareie por dentro, libertando-nos de
toda treva e assinalando-nos com o discernimento para vos amar e vos servir com
devotamento e abnegação.
Excelso Genitor tende piedade de nós,
favorecendo-nos com o entendimento que nos ajude a eliminar o mal que ainda se
demora em nós, desenvolvendo o bem que nos libertará para sempre da
inferioridade que predomina em a nossa natureza espiritual.
Sede, pois, louvado, por todo o
sempre, Venerando Pai!
Calou-se o orante.
A luz ambiente diminuiu de
intensidade durante a oração, ao tempo em que peregrina claridade de luar
invadiu o recinto bafejado por acordes harmônicos de harpa dedilhada ao longe
com incomum maestria. Simultaneamente, pétalas de rosas coloridas caíam do teto
e diluíam-se com delicadeza no contato conosco.
As lágrimas nos escorriam silenciosas
e longas pela face, confirmando o nosso compromisso emocional com o dever que
jamais desapareceria do nosso rumo espiritual.
O ambiente permaneceu em silêncio
profundo por alguns minutos, ouvindo-se o pulsar da Natureza e recebendo-se o
inefável amparo divino.
Lentamente a claridade ambiente
retomou e todos nos olhamos comovidos e felizes.
Eurípedes Barsanulfo
Trecho do livro Tormentos da Obsessãoando-se na fonte generosa e rica,
para serem atendidas, sorvendo os seus sábios ensinamentos.
“Quando, porém, deveriam estar
modificados os rumos convencionais e estabelecidos a fraternidade, a
solidariedade, a tolerância, o trabalho de amor na família que se expande,
começam a surgir desavenças, ressentimentos, conflitos, campanhas de
perturbação e ataques grosseiros, repetindo-se as infelizes disputas geradas
pelo egoísmo e pela vã cegueira das paixões dissolventes, conforme ocorreu no
passado com o Cristianismo, destruindo a sementeira ainda não concluída e
ameaçando a ceifa que prometia bênçãos.
Espíritos uns, possuídos pelo desejo
de servir, mergulham no corpo conduzindo expectativas felizes para ampliar os
horizontes do trabalho digno, mas, vítimas de si mesmos e do seu passado
sombrio, restabelecem as vinculações enfermiças, tombando nas malhas bem
urdidas de obsessões cruéis, vitimados e perdidos... Outros mais, que deveriam
ser as pontes luminosas para o intercâmbio entre as duas esferas vibratórias,
açodados na inferioridade moral, comprometem-se com os vícios dominantes no
mundo e desertam das tarefas redentoras... Diversos outros ainda, preparados
para divulgar o pensamento libertador, deixam-se vencer pelo bafio do egoísmo e
do orgulho que deveriam combater, tornando-se elementos perturbadores,
devorados pela ira fácil e dominados pela presunção geradora de ressentimentos
e de ódios... A paisagem, que deveria apresentar-se irisada pela luz do amor,
torna-se sombreada pelos vapores da soberba e do despautério, tornando-se palco
de disputas vis e de promoções doentias do personalismo, longe das seguras
diretrizes do legítimo pensamento espírita...
Que estão fazendo aqueles que se
comprometeram amar, ajudar-se reciprocamente, fornecendo as certezas da
imortalidade do Espírito e da Justiça Divina? Enleados pelos vigorosos fios da
soberba e da presunção, creem-se especiais e dotados com poderes de a tudo e a
todos agredir e malsinar.
“Como consequência dessa atitude
enferma estão desencarnando muito mal, incontáveis trabalhadores das lides
espíritas que, ao inverso, deveriam estar em condições felizes. O retorno de
expressivo número deles ao Grande Lar tem sido doloroso e angustiante, conforme
constatamos nas experiências vivenciadas em nossa Esfera de atividade fraternal
e caridosa. O silêncio em torno da questão já não é mais possível. Por essa
razão, anuímos que sejam trombeteadas as informações em torno da desencarnação
atormentada de muitos servidores da Era Nova em direção aos demais combatentes
que se encontram no mundo, para que se deem conta de que desencarnar é
desvestir-se da carne, libertar-se dela e das suas vinculações, porém, é
realidade totalmente diversa e de mais difícil realização.”
O digno missionário silenciou por
breves segundos, logo dando curso aos seus enunciados:
— Felizmente nos confortam o
testemunho de inúmeros heróis do trabalho, os permanentes exemplificadores de
caridade, a constância no bem pelos vanguardeiros do serviço dignificante, os
ativos operários da mediunidade enobrecida e dedicada ao socorro espiritual, os
incansáveis divulgadores da verdade sem jaça e sem prepotência que continuam no
ministério abraçado em perfeita sintonia com as Esferas Elevadas de onde
procedem.
“Quem
assume compromisso com Jesus através da Revelação Espírita, não se pode permitir
o luxo de O abandonar na curva do caminho, e seguir a sós, soberbo quão
dominador, porque a morte o aguarda no próximo trecho da viagem e o
surpreendera conforme se encontra, e não, como se dará conta do quanto deveria
estar melhor mais tarde.
A transitoriedade da indumentária
física é convite à reflexão em torno dos objetivos essenciais da vida que, a
cada momento, altera o rumo do viajante de acordo com o comportamento a que se
entrega. Ninguém se iluda, nem tampouco iluda aos demais. A consciência, por
mais se demore anestesiada, sempre desperta com rigor, convidando o ser ao
ajustamento moral e à regularização dos equívocos deixados no trajeto
percorrido. Todos quantos aqui nos encontramos reunidos, conhecemos a
dificuldade do trânsito físico, porque já o vivenciamos diversas vezes, e ainda
o temos vivo na memória e nos testemunhos a que fomos convocados. Ninguém
esteve na Terra em regime de exceção. Apesar disso, bendizemos as dificuldades
e as provas que nos estimularam ao avanço e à conquista da paz.
“Provavelmente, estas informações,
quando forem conhecidas por muitos correligionários, serão contraditadas e
mesmo combatidas. Nunca faltam aqueles que se entregam à zombaria e à aguerrida
oposição. Os seus estímulos funcionam melhor quando estão contra algo ou
alguém. Não nos preocupamos com isso. Cumpre-nos, porém, o dever de informar
com segurança, e o fazemos com o pensamento e a emoção direcionados para a
Verdade. Como os reencarnados de hoje serão os desencarnados de amanhã, e
certamente o inverso acontecerá, os companheiros terrestres constatarão e se
cientificarão de visu. Jamais nos cansaremos de amar e de servir, tentando
seguir as luminosas pegadas de Jesus, que nos assinalou com sabedoria: — Muitos
serão chamados e poucos serão escolhidos. Sem a pretensão de sermos escolhidos,
por enquanto apenas pretendemos atender-lhe ao sublime chamado para o Seu
serviço entre as criaturas humanas de ambos os planos da vida.”
Calando-se, visivelmente emocionado,
ergueu-se e, nimbado por peculiar claridade que dele se irradiava, exorou a
Deus com inesquecível tom de voz:
Amantíssimo Pai, incomparável Criador
do Universo e de tudo quanto nele pulsa!
Tende compaixão dos vossos filhos
terrestres, mergulhados nas sombras densas da ignorância e do primarismo em que
se demoram.
A vossa excelsa misericórdia tem-se
consubstanciado em lições de vida e de beleza em toda parte, convidando-nos,
estúrdios que somos, ao despertamento para a vossa grandeza e sabedoria
infinita. Não obstante, continuamos distraídos, distantes do dever que nos cabe
a tendei.
Apiedai-vos da nossa pequenez e
deixai-nos sentir o vosso inefável amor, que nos rocia e quase não é percebido,
a fim de alterarmos o comportamento que vimos mantendo até este momento.
Enviastes-nos Jesus, o inexcedível
Amigo dos deserdados e dos infelizes, depois de inumeráveis Mensageiros da Luz,
ouvimos-Lhe a voz, sensibilizamo-nos com o Seu sacrifício, no entanto,
desviamo-nos do roteiro que Ele nos traçou e continua apontando. Tombando,
porém, no abismo, por invigilância e leviandade, tentamos reerguer-nos várias
vezes, e nos ajudastes por compaixão, sem que essa magnanimidade alterasse por
definitivo nossa maneira de ser durante os séculos transatos.
Permitistes que Allan Kardec
mergulhasse no corpo, afim de demonstrar-nos a imortalidade da alma, quando
campeava a descrença e a cegueira em torno da vossa Majestade, e também nos
fascinamos com o mestre lionês.
Logo depois, porém, eis-nos perdidos
no cipoal dos conflitos a que nos afeiçoamos, experimentando sombra e dor,
esquecidos das diretrizes apresentadas.
No limiar da Nova Era que se anuncia,
permiti que vossa luz imarcescível nos clareie por dentro, libertando-nos de
toda treva e assinalando-nos com o discernimento para vos amar e vos servir com
devotamento e abnegação.
Excelso Genitor tende piedade de nós,
favorecendo-nos com o entendimento que nos ajude a eliminar o mal que ainda se
demora em nós, desenvolvendo o bem que nos libertará para sempre da
inferioridade que predomina em a nossa natureza espiritual.
Sede, pois, louvado, por todo o
sempre, Venerando Pai!
Calou-se o orante.
A luz ambiente diminuiu de
intensidade durante a oração, ao tempo em que peregrina claridade de luar
invadiu o recinto bafejado por acordes harmônicos de harpa dedilhada ao longe
com incomum maestria. Simultaneamente, pétalas de rosas coloridas caíam do teto
e diluíam-se com delicadeza no contato conosco.
As lágrimas nos escorriam silenciosas
e longas pela face, confirmando o nosso compromisso emocional com o dever que
jamais desapareceria do nosso rumo espiritual.
O ambiente permaneceu em silêncio
profundo por alguns minutos, ouvindo-se o pulsar da Natureza e recebendo-se o
inefável amparo divino.
Lentamente a claridade ambiente
retomou e todos nos olhamos comovidos e felizes.
Trecho do livro Tormentos da Obsessão
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