Emmanuel
Desde os mais íntimos alicerces dos povos civilizados, vemos a paixão
religiosa desbordar-se em tempestades sanguinolentas.
Em Tebas, no Egito ancião, habitualmente, encalhava -se o Nilo de
cadáveres insepultos em razão dos imensos conflitos na via pública, em nome de Âmon, considerado então como sendo a mais completa imagem de Deus Misericordioso, Sábio e Justo.
Em Nínive, na Assíria, todas as grandes comemorações, diante de Baal, interpretado por representante do Criador Todo Poderoso, eram regadas a sangue humano.
Todas as gra ndes cidades do pretérito distante não fugiam à regra,
estabelecendo dolorosos processos de crueldade e perseguição em nome do Pai Celeste, entre irmãos que se deveriam amar.
E o próprio Cristianismo a pretexto de modificar os velhos cultos da
antiguidade, padeceu, por trezentos anos consecutivos, o martírio e a flagelação na pessoa de seus adeptos, que pagavam com a própria
existência a grandeza de seus princípios.
E o impulso de chacina e de intolerancia não ficou entre aqueles que a História categoriza à conta de cultores da indiferença e do pa ganismo, porque são de ontem, na evolução dos tempos modernos, as fogueiras e pelourinhos, as forças e os
cárceres com que se puniam entre os companheiros da mesma seara a diversidade do pensamento e o anseio de nova interpretação.
No Espiritismo, porém, que revive a lição do Cristo, que auxiliou
sem remune ração, que perdoou infinitamente e que aceitou a morte no extremo sacrifício para que a justiça no mundo se banhasse de
caridade, a fé nasce pura e sublime,
sem qualquer nuvem de arrogância ou de prepotência, de vez que ao espírita cabe o dever de
acompanhar o Divino Mestre da Manjedoura e da Cruz, retribuindo a incompreensão com
o entendimento e o ódio com o amor, por reconhecer, com Jesus, que somente a verdade ira fraternidade com incessante serviço no Bem Eterno será capaz de extinguir na
Terra o ve lho cativeiro às trevas da ignorância, a fim de que a Humanidade penetre, vitoriosa, o domínio Soberano da Felicidade e da Luz.
Da Obra Doutrina de Luz Psicografia de Francisco Candido Xavier, pagina 20
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