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A visão da Religião
Divina que aponta um entendimento ainda maior da definição de Caridade, pois se
es
tende para além do ato, do momento, oferece
o amparo que o outro precisa. Ela, a Caridade, imprime nessa doação, um sentido
maior de responsabilidade, pois o objetivo está em erguer definitivamente a
criatura carente, ao ponto de que aquele que antes fora o necessitado se torne
apto a ajudar os outros. E todos temos algo a oferecer: "Pois quem não tiver dinheiro/ Há de ter o
equivalente:/ Um sorriso prazenteiro/ Ao visitar um doente;/ (...)E muitas
coisinhas mais/ Que exigem Boa Vontade,/ E que os Legionários leais/ Fazem pela
Humanidade" (Poema
da Fraternidade Real, de autoria de Alziro Zarur).
Eis aí, o significado da Caridade Completa, a
mais eficiente política a ser implementada –— fato sempre destacado pelo
Presidente-Pregador da Religião de Deus, "Política devia chamar-se Caridade"6 —, que é capaz de minimizar e até mesmo sanar os mais
diversos problemas sociais a partir do conceito de Democracia autêntica, que é
enfim participativa sem a necessidade do ingresso dos indivíduos na vida
pública, pois no entender da Dialética da Boa Vontade ela é "o regime da responsabilidade, do respeito
sincero à razão, à inspiração e aos direitos dos Povos", postura que deve partir dos governos e de seus cidadãos.
É preciso alcançar a definição de Caridade que
possa compreendê-la no centro das relações humanas: "A caridade não é um sentimento de tolos. É a misericordiosa estratégia de
Deus que, aliada à Justiça Divina (que não é violência que homens
inescrupulosos têm como tal), estabelece nos corações a condição perfeita para
que se governe, administre, empresarie, trabalhe, pregue, exerça a Ciência, elabore
a Filosofia e se viva, com espírito de generosidade, a Religião"8.
Esse pensamento define bem o conceito de Caridade que é a força motriz capaz de
revolucionar, pois eleva a nossa perspectiva para enxergar nela uma virtude
inerente ao nosso caráter. Portanto, a Caridade, também deve ser manifesta,
pois é traço genético espiritual da Humanidade.
O
próprio Cristo quem nos revelou esta verdade de nossa origem, por intermédio do
Evangelista João, que em sua primeira epístola, no capítulo 4º, versículo 8º,
registra: "Deus é
Amor". E fomos
nós criados à imagem e semelhança de Deus, revela-se aí a nossa origem em
Caridade.
Não pode haver desenvolvimento, progresso e globalização
sem esse entendimento, ou jamais seremos capazes de perceber as nossa reais
necessidades, e qualquer formulação moral e ética não pode esquecer-se disso.
A partir dessa perspectiva preconizada pela
Religião de Deus, por intermédio de seu presidente-pregador, percebemos que o
motivo de a Humanidade viver em conjunto é a Caridade, pois é ela, inclusive, o
elemento que dá sentido à nossa vida, e não mais, como muitas vezes tida como
simples associação se dá pelo medo, passividade, ou mesmo por autopreservação,
conforme constatações antigas do campo filosófico, sociológico e político, em
que se destacam os contratualistas: Hobbes, Locke e Rousseau — esses pensadores
criaram teses a respeito de qual seria a natureza humana e a origem do pacto
social.
Ao vermos o nascer da criança neste mundo em
suas primeiras manifestações de carinho pela mãe, como se reconhe

cesse a confiança amiga na presença amorosa, ou até mesmo os
mais comuns laços afetivos criados no cotidiano da convivência, podemos
perceber a manifestação dessa nossa essência. Portanto, as famílias, sendo o
modelo primário das comunidades, deve ser o núcleo protetor desse sentimento."As famílias são abençoadas por Deus, porque
constituem o esteio da saúde, do progresso e da Paz, sempre pronto aos apelos
dos sentimentos do Criador"10, conforme afirma o Irmão Bezerra de Menezes (Espírito).
Sendo assim, o lar não pode ser ambiente de
discórdia, desunião, ou violência. É no seio familiar que o indivíduo deve
sentir-se protegido para confiar e compartilhar suas dúvidas, felicidades e dores,
para que, seguro e amparado possa, no seu convívio diário com outras pessoas,
manifestar o respeito, solidariedade, portanto Caridade. Ademais, aquele dia
ruim pode ter origem numa discussão no lar, ou mesmo na incompreensão do ser
amado, etc. Sobre isso, Paiva Netto nos chama a atenção para o fato de que "quando Você se levanta, bota o pé no chão...
e fala com a sua mulher, com o filho, com seu pai, com sua mãe, com um parente,
ou uma pessoa amiga que está na sua casa, o que está fazendo senão Política?", portanto estamos ajudando a construir o destino da
Humanidade, e sentencia: "Política
é a simples arte de viver bem".
O desafio é nosso, ao ponto de que a vitória
também. Todos devemos nos esforçar nessa luta. Que possamos nos apresentar para
essa batalha, e lutarmos corajosamente para que este planeta seja digno da
herança que o Pai Celestial nos legou: o Amor.
Aplica-se a essa reavaliação nos rumos de nosso
destino a advertência do Educador Celeste à Igreja em Éfeso: "Lembra-te, pois, de onde caíste,
arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras" (Apocalipse, 2:5).".
Este e outros artigos do autor José de Paiva Netto, podem ser conferidos na íntegra, no >Portal Boa Vontade