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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Intolerância




"E João disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios e lho proibimos, 
porque não te segue conosco". "E Jesus lhe disse: Não o proibais, porque quem não é contra
nós é por nós. " (Lucas, 9:49-50)
A intolerância sempre constituiu um dos grandes entraves na senda da evolução humana. 
No campo da ciência ela foi a causa do retardamento de muitas descobertas, pois, no passado, tudo aquilo que ultrapassava o limite acanhado do conhecimento humano, era levado na conta de "engenho e arte do demônio".
No setor do aculturamento ela foi responsável pelo marasmo e pelas trevas que prevaleceram entre os homens durante muitos séculos, evitando que eles, através do conhecimento da verdade, se libertassem do preconceito e da superstição.
No seio das religiões, a intolerância se fez sentir em todo o seu aspecto negativo, sendo responsável por grande número de perseguições, de torturas e de morte. Sempre que surgia na Terra um Espírito mais saliente querendo impulsionar o esclarecimento espiritual do homem, ele era catalogado como herege e como tal perseguido e até morto.
O próprio Jesus Cristo foi vítima da intolerância dos seus contemporâneos, por isso, para nos legar a sua mensagem de paz e de amor, ele teve de enfrentar a fúria sanguinolenta de muitos fanáticos, perecendo finalmente pendurado numa cruz, no alto do Calvário.
A passagem evangélica que estamos enfocando, nos elucida sobre o pensamento de Jesus Cristo sobre a intolerância: ele repreendeu severamente um dos seus apóstolos pelo fato de ter proibido a uma pessoa que não os acompanhava, de também expulsar maus Espíritos.
Enquanto no cenário terreno as religiões se digladiam e fecham as portas a qualquer gênero de entendimento, tudo por causa de ingênuas divergências doutrinárias, o Mestre, cujos atos devem servir de paradigma para o nosso proceder, declara enfaticamente a João:
"Quem não é contra nós é por nós".
Os discípulos de Jesus, impregnados dos prejuízos do arcaico sistema religioso prevalecente entre os judeus, não haviam ainda se despojado do tradicional e aberrante hábito de considerar heresia tudo aquilo que não fosse referendado pela religião imperante. Vendo aquele homem que expelia os maus Espíritos, João enchesse de zelo e, após proibir o homem de praticar atos daquela natureza procurou apressadamente o Mestre, a fim de denunciar aquilo que considerava um trabalho paralelo e autêntica usurpação de poderes.
Agindo daquele modo, o apóstolo julgava estar prestando inestimável serviço à Boa Nova e, certamente, esperava o beneplácito do Mestre para o seu ato de intolerância.
A réplica, no entanto, foi adversa: "Não o proibais, por que, quem não é contra nós é por nós".
O Meigo Rabi da Galiléia deu assim inequívoca demonstração de tolerância e é pena que o seu exemplo não tenha servido decorrer dos séculos, de esteio para uma mais íntima aproximação entre os vários agrupamentos cristãos, os quais, apesar de viver sob o pálio de uma só doutrina, porfiam em se colocarem na mais acesa intolerância, refratários a quaisquer concessões ou gesto de aproximação.
No Velho Testamento encontramos uma passagem quase idêntica:
Devido ao abusivo costume reinante entre muitos médiuns, profetas judeus, de invocarem Espíritos para consultá-los sobre coisas fúteis, sem um objetivo mais sério, o médium-mor que era Moisés vetou terminantemente que se continuasse esse intercâmbio, proibindo que se invocassem os chamados mortos.
Muitos médiuns sensatos existiam, no entanto, entre os judeus, e entre eles dois rapazes sinceros, cujos nomes eram Eldad e Medad. Esses jovens estavam no campo entrando em contato com Espíritos quando, passando por ali um homem, apressou-se em denunciar o fato a Moisés, julgando assim estar prestando valioso serviço ao Grande Legislador.
Conforme narra o livro de Números, Cap. 11, V. 26 a 29, esse homem chegou todo agitado perto do libertador dos hebreus e delatou:
"Senhor! Eldad e Medad estão no campo profetizando!" Josué, o lugar-tenente de Moisés, que ali estava ao lado asseverou:
"Senhor Meu Moisés, proiba-lhos".
Mas Moisés não se importunou, pois conhecia o caráter da Mediunidade de Eldad e Medad e se limitou a responder a Josué:
"Tens tu ciúmes de mim? Oxalá que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhe desse o seu Espírito."
Assim como Jesus reconheceu que o homem que expelia os maus Espíritos em seu nome, estava trabalhando pela mesma causa, embora em caminho diverso, Moisés também suspirava pelo mediunismo sadio entre o seu povo, alegrando-se com o fato de dois de seus patrícios estarem entrando em sintonia com os Espíritos do Senhor, para fins edificantes.
Ambos deram vibrante demonstração de tolerância e compenetração dos reais objetivos que animam aqueles que desejam cooperar na tarefa comum de entrelaçamento entre os homens, com vistas a uma mais estreita aproximação com o Alto.
Afirmou João em seu Evangelho que "a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam" (João, 1:5).
Essa passagem deixa entrever claramente que Jesus Cristo veio como autêntica luz a iluminar o caminho dos homens, mas a intolerância destes fez com que a sua mensagem fosse incompreendida, e as forças das trevas conseguiram fazer com que largos anos de obscurantismo suplantassem a voz da verdade, retardando a implantação dos ideais cristãos, da forma como foram ensinados pelo Cristo, fundamentados sobre a pureza e a singeleza.
Nos Evangelhos encontramos uma narrativa bastante elucidativa: Jesus Cristo não foi recebido numa aldeia de Samaritanos. Os seus apóstolos, revoltados, perguntaram-lhe:
"Queres que façamos descer fogo do céu e os consuma, assim como o fez Elias?". E a resposta do Mestre foi a seguinte: "Não sabeis que espírito sois, porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las". E dirigiram-se para outra aldeia.
Preferindo dirigir-se para outra aldeia, em vez de concordar com a sugestão dos apóstolos Tiago e João, de procurarem consumir o povo que não os recebera, Jesus Cristo, mais uma vez, demonstrou que a tolerância deve sempre nortear os rumos daqueles que se arrogam ao título de cristãos verdadeiros.
Paulo A. Godoy

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Apascenta as minhas ovelhas







"Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes outros?" (João, 21:153)
Que razões insondáveis teriam levado o Mestre, em Espírito, uma vez que já havia acontecido o episódio da crucificação, a indagar de Pedro, por três vezes consecutivas, se ele o amava mais do que os outros seus companheiros?
Diante da resposta positiva do apóstolo, o Espírito do Mestre acrescentou: - _"Apascenta as minhas ovelhas.
Será que essa pergunta foi formulada porque o imperioso pescador do Tiberíades deveria ser na realidade o chefe dos apóstolos?
Entretanto, ele havia recomendado aos seus discípulos que nenhum deles deveria procurar exercer hegemonia, e a História nos esclarece que Tiago Maior, e não Pedro, se tornou, de fato, o orientador do pugilo de apóstolos após o episódio da crucificação, exercendo sobre os demais evidente liderança.
O dedicado apóstolo, habituado a ver João confabular muito freqüentemente com o Senhor, surpreendeu-se pelo fato de ele fazer-lhe aquela indagação, em vez de fazê-la a João. Por isso, olhando para trás e vendo o discípulo amado vir a certa distância, indagou: E deste, o que lhe será feito? O que mereceu a réplica: Que te importa se a este quero que fique até que eu volte?
Esta passagern evangélica levou os discípulos a acreditarem que João não desencarnaria enquanto Jesus Cristo não voltasse. Os fatos posteriores comprovararn que não foi assim. João foi o único apóstolo que não pereceu de morte violenta, pois foi preso, remetido para um longo exílio na Ilha de Patmos, onde desencarnou após haver recebido, por via mediúnica, o monumental livro que se chama Apocalipse.

                             


Os Evangelhos registram também que, logo após ter formulado aquela pergunta a Pedro, o Mestre acrescentou: Na verdade, na verdade te digo, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; mas quando já fores velho, estenderás as mãos; e outro te cingirá, e te levarás para onde tu não queiras, o que foi interpretado como sendo uma antevisão do gênero de morte que o grande apóstolo iria experimentar.

É digno de realce, nesse ensinamento, ter Jesus Cristo surgido em Espírito aos seus antigos companheiros, propiciando assim a mais efusiva demonstração da imortalidade da alma, comprovando que esta sobrevive daquilo que se convencionou chamar morte. A crucificação aniquilou o corpo que o Mestre havia tomado para o desempenho do seu Messiado, mas, a sua alma, imperecível, eterna, sublimada, prosseguiu para a eternidade, deixando o túmulo vazio, numa demonstração inequívoca ele que a morte não é o fim.
O Espírito de Jesus, liberto do corpo, ainda permanecia preocupado com a instabilidade de Pedro, no tocante a sua libertação pelo conhecimento da verdade, por isso, voltou a fim de indagar se ele o amava mais do que os demais, se ele estava em condições de desvencilhar-se dos convencionalismos, dos ritualismos e do apego às tradições, abandonando tudo para, tão-somente, abraçar a doutrina libertadora que ele viera revelar, tornando-se na realidade um autêntico pastor de todas as ovelhas, de todas as almas, ainda que fossem dos mais diversos rebanhos. E só ele estava apto a falar aos judeus ortodoxos, aos samaritanos, aos gentios.
Aparentemente Simão Pedro e os demais apóstolos, pelo fato de serem homens de pouca letra, ou por motivo de apego aos formalismos, estavam despreparados para a tarefa gigantesca de revolver e revolucionar o mundo religioso dos pagãos. Essa contingência levou o Espírito ele Jesus a convocar Paulo ele Tarso, na Estrada de Damasco, a fim de que o novo e dinâmico discípulo levasse as palavras altamente consoladoras e esclarecedoras dos Evangelhos a todos os povos, a todas as ramificações religiosas, procurando assim cooperar na tarefa ingente de reunir todas as ovelhas num só rebanho.
A História demonstrou que João não ficou até que o Cristo voltasse. Portanto, é óbvio que das palavras do Mestre se deverá extrair o Espírito que vivifica. Por outro lado, o Cristo não voltou nem voltará na forma que os homens concebem. A sua volta será como o relâmpago que parte do Oriente e se mostra no Ocidente, ou seja, será tarefa não somente de um homem, mas de uma plêiade de Espíritos benfeitores, sob a égide do Espírito de Verdade. Quando então será restaurada na Terra a excelsitude dos ensinamentos de Jesus Cristo.
O Espiritismo que representa o advento do Consolador, se encarregará dessa magistral tarefa de restabelecer em seus devidos lugares tudo aquilo que o Mestre nos ensinou, tudo aquilo que os interesses de homens e grupos fizeram com que fosse retirado dos seus lugares, sofrendo o impacto das deturpações.

por: Paulo A.Godoy


Apascenta as Minhas Ovelhas







"Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes outros?" (João, 21:153)
Que razões insondáveis teriam levado o Mestre, em Espírito, uma vez que já havia acontecido o episódio da crucificação, a indagar de Pedro, por três vezes consecutivas, se ele o amava mais do que os outros seus companheiros?
Diante da resposta positiva do apóstolo, o Espírito do Mestre acrescentou: - _"Apascenta as minhas ovelhas.
Será que essa pergunta foi formulada porque o imperioso pescador do Tiberíades deveria ser na realidade o chefe dos apóstolos?
Entretanto, ele havia recomendado aos seus discípulos que nenhum deles deveria procurar exercer hegemonia, e a História nos esclarece que Tiago Maior, e não Pedro, se tornou, de fato, o orientador do pugilo de apóstolos após o episódio da crucificação, exercendo sobre os demais evidente liderança.
O dedicado apóstolo, habituado a ver João confabular muito freqüentemente com o Senhor, surpreendeu-se pelo fato de ele fazer-lhe aquela indagação, em vez de fazê-la a João. Por isso, olhando para trás e vendo o discípulo amado vir a certa distância, indagou: E deste, o que lhe será feito? O que mereceu a réplica: Que te importa se a este quero que fique até que eu volte?
Esta passagern evangélica levou os discípulos a acreditarem que João não desencarnaria enquanto Jesus Cristo não voltasse. Os fatos posteriores comprovararn que não foi assim. João foi o único apóstolo que não pereceu de morte violenta, pois foi preso, remetido para um longo exílio na Ilha de Patmos, onde desencarnou após haver recebido, por via mediúnica, o monumental livro que se chama Apocalipse.

                             


Os Evangelhos registram também que, logo após ter formulado aquela pergunta a Pedro, o Mestre acrescentou: Na verdade, na verdade te digo, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; mas quando já fores velho, estenderás as mãos; e outro te cingirá, e te levarás para onde tu não queiras, o que foi interpretado como sendo uma antevisão do gênero de morte que o grande apóstolo iria experimentar.

É digno de realce, nesse ensinamento, ter Jesus Cristo surgido em Espírito aos seus antigos companheiros, propiciando assim a mais efusiva demonstração da imortalidade da alma, comprovando que esta sobrevive daquilo que se convencionou chamar morte. A crucificação aniquilou o corpo que o Mestre havia tomado para o desempenho do seu Messiado, mas, a sua alma, imperecível, eterna, sublimada, prosseguiu para a eternidade, deixando o túmulo vazio, numa demonstração inequívoca ele que a morte não é o fim.
O Espírito de Jesus, liberto do corpo, ainda permanecia preocupado com a instabilidade de Pedro, no tocante a sua libertação pelo conhecimento da verdade, por isso, voltou a fim de indagar se ele o amava mais do que os demais, se ele estava em condições de desvencilhar-se dos convencionalismos, dos ritualismos e do apego às tradições, abandonando tudo para, tão-somente, abraçar a doutrina libertadora que ele viera revelar, tornando-se na realidade um autêntico pastor de todas as ovelhas, de todas as almas, ainda que fossem dos mais diversos rebanhos. E só ele estava apto a falar aos judeus ortodoxos, aos samaritanos, aos gentios.
Aparentemente Simão Pedro e os demais apóstolos, pelo fato de serem homens de pouca letra, ou por motivo de apego aos formalismos, estavam despreparados para a tarefa gigantesca de revolver e revolucionar o mundo religioso dos pagãos. Essa contingência levou o Espírito ele Jesus a convocar Paulo ele Tarso, na Estrada de Damasco, a fim de que o novo e dinâmico discípulo levasse as palavras altamente consoladoras e esclarecedoras dos Evangelhos a todos os povos, a todas as ramificações religiosas, procurando assim cooperar na tarefa ingente de reunir todas as ovelhas num só rebanho.
A História demonstrou que João não ficou até que o Cristo voltasse. Portanto, é óbvio que das palavras do Mestre se deverá extrair o Espírito que vivifica. Por outro lado, o Cristo não voltou nem voltará na forma que os homens concebem. A sua volta será como o relâmpago que parte do Oriente e se mostra no Ocidente, ou seja, será tarefa não somente de um homem, mas de uma plêiade de Espíritos benfeitores, sob a égide do Espírito de Verdade. Quando então será restaurada na Terra a excelsitude dos ensinamentos de Jesus Cristo.
O Espiritismo que representa o advento do Consolador, se encarregará dessa magistral tarefa de restabelecer em seus devidos lugares tudo aquilo que o Mestre nos ensinou, tudo aquilo que os interesses de homens e grupos fizeram com que fosse retirado dos seus lugares, sofrendo o impacto das deturpações.

por: Paulo A.Godoy