Reencarnação e laços de familia
Amigos, para poder entrar no assunto proposto que é reencarnação e laços de família, é importante primeiro abordar o estudo do perispírito,
Somos
compostos de corpo físico, espírito e perispírito.
O
perispirito é o molde do corpo físico, que preexiste a este, isto é, existimos
no plano espiritual que é nosso verdadeiro lar, até que seja necessária uma
nova encarnação, cujas programações são feitas minuciosamente com nossos
mentores no astral.
Existem relatos na literatura espirita de pais que durante o
sono do corpo fisico, são levados ao plano espiritual ( em desdobramento, isto
é, o espirito juntamente com o perispirito, afasta-se do corpo que permanece
dormindo, ligado por um cordão fluidico), onde conversam e combinam o
nascimento do espirito que receberão como filho...Continue lendo Aqui:
Reencarnação e laços de família
JOSÉ ARGEMIRO DA SILVEIRA
de Ribeirão Preto, SP
"Não te admires de que eu te haja
dito ser preciso que nasças de novo" Jesus (João, 3:7)
No Livro da Esperança, lição n.° 8,
Emmanuel nos lembra que, depois da morte, sentimentos indefiníveis nos
senhoreiam o coração. Sentimentos contraditórios afloram à consciência,
destacando erros e acertos da jornada terrena. Mágoas e júbilos, poemas de ventura
e gritos de aflição. Por um lado a alegria por tarefas realizadas, aquisições
obtidas, vitórias alcançadas. Por outro lado, sentimos as falhas cometidas,
oportunidades perdidas, lesões causadas ao próximo por motivos irrelevantes. Um
companheiro espírita, após a desencarnação, afirmou, através de médium
confiável, que, ao passarmos para a vida espiritual analisamos os
acontecimentos de modo bem diferente de quando estamos no plano físico. Coisas
que nos pareciam importantes, após a morte do corpo, são como bolhas de água e
sabão. E fatos a que não dávamos valor enquanto na matéria, após o desencarne,
percebemos serem realmente relevantes.
Emmanuel, no texto citado, considera que
ainda estamos longe das esferas superiores, onde os seres, já despertos,
desfrutam de paz e bem estar; mas já distanciamos das regiões inferiores,
possuímos algum desenvolvimento, e para continuarmos a jornada evolutiva
concede-nos a Providência Divina o refúgio do lar, na Terra, para mais uma
etapa de realizações e aprendizado. Novamente no corpo físico, reencontramos na
forma de parentes e companheiros os irmãos a quem ferimos, ou maltratamos no
passado. É no lar que temos a oportunidade de nos exercitarmos na vivência dos
ensinos de Jesus. Compreensão, tolerância, renúncia, perdão são qualidades que
quando vivenciadas no lar, mais fácil se torna o relacionamento social, junto
dos demais.
Fala-se muito em crise. A crise
principal, que dá origem a todas as outras, é a crise moral. E esta decorre, em
grande parte, no desmantelamento dos laços de família, como vem ocorrendo.
"... Nas últimas décadas, o número de homicídios entre adolescentes
quadruplicou, o número de suicídios triplicou, e de estupros dobrou. Com mais
da metade dos casamentos atualmente terminando em divórcio, milhões de crianças
estão sujeitas a problemas que muitos cientistas sociais associam à dissolução
da família" (1)
Em 1994 a ONU dedicou aquele ano como
"O Ano Internacional da Família", e o movimento espírita lançou
campanha visando sensibilizar o público para a importância do viver bem, em
família. Sabemos que os ensinos da Doutrina só tem valor quando aplicados,
vivenciados. Só aprendemos a fazer, fazendo.
Somos Espíritos criados por Deus,
portanto, irmãos, formando uma só família. "Os Espíritos formam, no
espaço, grupos ou famílias, unidos pela afeição, pela simpatia e a semelhança
de inclinações. Esses Espíritos, felizes de estarem juntos, procuram-se. A
encarnação só os separa momentaneamente, pois que, uma vez retornando ao plano
espiritual, eles se reencontram, como amigos, na volta de uma viagem". (2)
Mas nem sempre a família consangüínea é constituída só pelos Espíritos afins.
Pode ser constituída também por pessoas bem diferentes entre si, para testar
virtudes, ou ensinar/aprender aspectos diferentes da vida. O motivo da
aproximação, nesse caso, seria de provas e aprendizado. Podem, ainda, os
membros de uma família estarem ligados por vínculos criados anteriormente, uns
sendo devedores dos outros, e o motivo da ligação é o reajuste, a reconciliação.
Daí, a necessidade de acertarmos nossas contas com os nossos irmãos, enquanto
estamos a caminho com eles, conforme ensinou Jesus. Não fazemos parte de uma
família por acaso. Estamos nesse grupo, por razão séria: ou para ajudar alguém,
ou para reconciliarmos com determinados irmãos, ou, ainda, para aprendermos uns
com os outros. O sábio Emmanuel nos convida a aplicar o exemplo do samaritano
generoso em nossa própria família, que constitui o nosso próximo mais próximo.
E é ainda o mesmo instrutor espiritual, no livro Pensamento e Vida, que nos
adverte que a família constitui o centro de nossos reflexos, agradáveis ou
desagradáveis. Cada criatura está ajustada ao raio de ação que é capaz de
desenvolver. Cada um apenas pouco a pouco ultrapassará o horizonte a que
estenda os seus reflexos.
O homem primitivo não se afasta da
própria taba, aí reencarnando muitas vezes até ampliar o seu horizonte de
entendimento; e o homem relativamente civilizado demora-se longo tempo no plano
racial em que assimila as experiências de que carece. Na esfera do grupo
consangüíneo o Espírito reencarnado segue ao encontro dos laços que entreteceu
para si próprio. Não incluídos aí Espíritos pioneiros da evolução que criam
clima mental que lhes é peculiar: um grande artista ou herói preeminente pode
nascer em esfera estranha aos sentimentos nos quais se avultam.
O templo doméstico reúne aqueles que se
retratam uns nos outros. Família de músicos terá mais facilidade para recolher
companheiros da arte divina. Escultores e poetas, políticos e médicos,
comerciantes e agricultores quase sempre se dão as mãos, preservando para si
mesmos as conquistas realizadas, mediante o trabalho em comum e segundo a lei
do renascimento. E conclui o citado autor: "Somos impelidos a padecer o
retorno dos nossos reflexos tóxicos através de pessoas de nossa parentela.
Temos as algemas de constrangimento e aversão, nas quais recolhemos, de volta,
os clichês inquietantes que nós mesmos plasmamos na memória do destino."
(1) - Inteligência Emocional - John
Gottman
(2) -
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 4, item 18 - Allan Kardec
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