Meus Amigos

domingo, 20 de novembro de 2011

Ante Allan Kardec


ANTE  ALLAN  KARDEC


Perante as rajadas do materialismo a encapelarem o oceano da experiência terrestr e, a obra
Kardequiana  assemelha-se,  incontestavelmente,  a  embarcação  providencial  que  singre  as
águas  revoltas  com  segurança.  Por  fora,  grandes  instituições  que  pareciam  venerandos
navios estalam nos alicerces, enquanto esperanças humanas de todos os climas, lembrando
barcos de todas  as  procedências,  se  entrechocam na  fúria dos elementos, multiplicando as
aflições e os gritos dos náufragos que bracejam nas tr evas. 

De  que  serviria,  no  entanto,  a  construção  imponente  se  estivesse  reduzida  à  condição  de
recinto  dourado  para  exclusivo  entretenimento  de  alguns  viajantes,  em  tertúlias  preciosas,
indiferentes ao apelo dos que esmorecem no caos?

Prevenindo  contra  semelhante  impropriedade,  os  sábios  instrutores  que  escreveram  a
introdução de “O Livro dos Espíritos” (1), disseram claramente a Allan Kar dec: “Mas todos os
que tiverem em vista  o  grande princípio  de  Jesus  se confundirão  num  só  sentimento:  o  do
amor do bem e se unirão por um laço fraterno que prenderá o mundo inteiro”.

Indubitavelmente, a obra espír ita é a embarcação acolhedor a, consagrada ao amor do bem.
Urge, desse modo, que os seus tripulantes felizes não se percam nos conflitos palavrosos ou
nas divagações estéreis.

Trabalhemos, acendendo fachos de r aciocínio para os que se debatem nas sombras.

Todos concordamos em que Allá Kardec é o apóstolo da renovação humana, cabendo-nos o
dever  de  dar-lhe  expressão  funcional  aos  ensino,  com  a  obrigação  de  repartir- lhe  a
mensagem de luz, entre os companheiros de Humanidade.

Assim crendo, tr açamos os despretensiosos comentários contido neste volume, em torno das
instruções relacionadas no livro “O Céu e o Inferno”, valendo-nos das oitenta e duas reuniões
públicas  de  estudo da Comunhão Espírita Cristã,  em Uber aba, no decurso de 1961,  dando
continuidade à tarefa de consultar a essência religiosa da Codificação Kardequiana (2), com
vistas à nossa própria responsabilidade, diante do Espiritismo, em sua feição de Cristianismo
redivivo.

Entregando,  pois,  estas  páginas  aos  leitores amigos,  não  temos  a  presunção  de  inovar  as
diretrizes espír itas e sim o propósito sincer o de reafirmar-lhes os conceitos, para facilitar-nos
o  entendimento,  na  certeza  de  que  outros  companheiros  comparecerão  no  serviço
interpretativo da palavra libertadora de Allan Kardec, suprindo-nos as deficiências no trato do
assunto, com mais amplos recursos, em louvor da verdade, para a nossa própria edificação.

 Emmanuel

Uberaba, 20 de mar ço de 1962


(1) Prolegômenos de “O Livro dos Espíritos”.-( Nota do Autor espiritual.)


(2) Per tencem a esta série de estudos os livros “Religião dos Espíritos”, “Seara dos Médiuns”
e  “O  Espírito  da  Verdade”.  Qual  aconteceu  com  os  dois  primeiros,  todos  os  comentários
deste  livro  foram  psicogr afados  nas  reuniões  públicas  das  noites  de  segundas  e  sextas-
feiras,  da  Comunhão  Espírita  Cristã,  em  Uberaba.  Os  textos para estudo  foram  escolhidos
pelos  companheiros  encarnados  que  compareceram  às  reuniões,  e,  em  seguida  às
apreciações  expendidas  por  eles  mesmos,  alinhávamos  os  apontamentos  aqui  expr essos,
sendo  de  observar-se  que,  em  alguns  casos,  fomos  impelidos  a  separar-nos  do  tema
proposto,  à  vista  de  circunstâncias  ocor ridas  nas  tarefas  em  andamento.  Algumas  das
páginas que se figuram neste volume foram publicadas em “Reformador”, acatado mensário
da  Federação  Espírita  Brasileira,  e  no  jornal  “A  Flama  Espírita”,  de  Uberaba,  explicando,
porém,  de  nossa  parte,  que,  ao  fixar  aqui  as  nossas  humildes  anotações,  na  ordem
cronológica  em  que  foram  escritas,  no  transcurso  de  1961,  e  na  relação  das  questões  e
respectivos  parágr afos  que  o  livro  “O  Céu  e  o  Inferno”  propunha  aos  nossos  estudos,
efetuamos pessoalmente a revisão  integral de  todas  elas,  considerando  a  apresentação do
conjunto. – (Nota do autor espiritual.)
 

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