A escolha das provas
Estudando o problema da escolha de
provações da Esfera Espiritual para o círculo das experiências humanas,
imaginemos um campo de serviço terrestre em que cada trabalhador é chamado à
execução de tarefa específica.
Decerto que, aí dentro, vige a
liberdade na razão direta do dever bem cumprido.
O servidor que haja inutilizado
deliberadamente as peças do arado que lhe requer devoção e suor gastará tempo
em adquirir instrumento análogo com que possa atender à orientação que o
dirige.
O lavrador invigilante que tenha
permitido por desleixo a incursão de vermes destruidores na plantação que lho
define o trabalho, não pode esperar a colheita nobre antes que se consagre à
limpeza e preservação da leira que a administração lhe confia.
O cooperador que tenha a
infelicidade de envolver-se no crime terá cerceada a sua independência de ação,
de vez que será necessário circunscrever-lhe a influência em processo adequado
de reajuste.
Entretanto, se o operário fiel da
lavoura satisfaz agora todos os requisitos das justas obrigações a que, se vê
convocado, sem dúvida, plasma, em seu próprio favor, o direito de indicar por
si mesmo o novo passo de serviço na direção do futuro, com pleno assentimento
da autoridade superior que lhe traça o roteiro de lutas edificantes.
Assim, pois, além do sepulcro, nem
todos desfrutam de improviso a faculdade de escolher o lugar ou a situação em
que deva prosseguir no esforço de evolução, porquanto, quase sempre, é
imperioso o regresso às sombras da retaguarda para refazer com sofrimento e
lágrimas, amargura e aflição o ensejo sublime de acesso à luz.
Se desejas, assim, a marcha
vitoriosa para lá dos portais de cinza em que o túmulo se te expressa à visão,
afeiçoa-te, com perseverança e lealdade, ao próprio dever, dele fazendo o teu
pão espiritual, cada dia, por que para alcançar o triunfo e a elevação de
amanhã é indispensável saibamos consagrar-lhes a nossa atenção desde hoje.
Pelo Espírito de: Emmanuel
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier
Revista O Semeador – Abril de 1981
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