Por:Nilza Teresa Rotter Pelá
de Ribeirão Preto, SP
A própria história de nossa espécie denota que a
superação de obstáculos apresenta-se como recurso para a evolução individual e
coletiva e se constitui em excelente fonte de aprendizado. Privar alguém de
confrontar-se com dificuldades ou furtar-lhe condições de vivenciar a
dificuldade pode levar a uma estagnação pessoal com conseqüente prejuízo de seu
caminhar na busca da superação de si mesmo.
Já tivemos oportunidade de discutir nesta coluna o
comportamento de muitos adultos, notadamente alguns pais, que buscam sempre
aplainar os caminhos daqueles que lhe são mais jovens no corpo físico, com a
desculpa de poupar-lhes sofrimento, entretanto sofrer não é o objetivo, é mero
acidente de trajeto até que a dificuldade seja superada , e como diz o ditado
popular a pessoa passa então a "tirar de letra" a dificuldade que
transforma-se em ato corriqueiro.
A propósito deste tema corre uma página na
Internet, cuja autoria não logramos obter, que muito bem ilustra a questão,
denomina-se "A lição da borboleta" que transcrevemos a seguir:
"Um dia, uma pequena abertura apareceu em um
casulo, um homem sentou e observou a borboleta por várias horas conforme ela se
esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia e
não conseguia ir mais longe.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta, ele pegou
uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente.
Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas 0 homem
continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento,
as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo,
que iria se afirmar a tempo.
Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o
resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.
Ela nunca
foi capaz de voar.
0 que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não
compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário da borboleta para
passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o
fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas de modo que ela estaria
pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que
precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas
sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão
fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar."
É ainda freqüente observarmos a atitude de pseudo
ajuda no interior dos lares e escolas, sobretudo quando percebemos que o filho
e/ou o aluno apresenta uma dificuldade muito grande para atender a execução de
uma determinada tarefa.
Dois são os caminhos que se abrem nesta circunstância:
abaixamos o nível ou caminhamos junto tendo que repetir a mesma orientação
várias vezes a ponto de acharmos algumas vezes que também não daremos conta. A
primeira situação sem dúvida é mais cômoda e mais rápida,
pessoa a possibilidade de crescimento
por menor que ele
seja (menor para nós,
para ele pode ser gigantesco).
Há de se considerar entretanto que ninguém esta
fazendo apologia ao fato de que se deve colocar dificuldade na vida das pessoas
para "fortalecer-lhe o caráter".
ainda ocorre.
Estes implantes artificiais de nada ajudam e podem muitas vezes gerar o desânimo para continuar.
O bom-senso ainda é o grande conselheiro da medida
certa, nem tirar a dificuldade quando ela é fonte de crescimento pessoal, nem
favorecer a dificuldade quando ela pode atuar como agente impeditivo.
Em tempo, lembremos que bom-senso significa
"aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso
particular da vida, faculdade para discernir entre o verdadeiro e o
falso." (Grande Dicionário Aurélio)
(Jornal Verdade e Luz Nº 165
Outubro de 1999)
Origem destes artigos Aqui:
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