A recente polêmica que se
instalou nos diversos meios de comunicação e, como não poderia deixar de ser,
na web em torno da decisão do Supremo Tribunal Federal – nossa Suprema Corte –
que entendeu não haver crime no ato de interromper a gravidez, no caso de
constatação de o feto ser portador da má-formação denominada anencefalia,
provocou inúmeras manifestações da parte de profissionais de saúde, religiosos,
jornalistas e da opinião pública de um modo geral manifestada em diversos
programas jornalísticos, sites e blogs.
Sob a
ótica espírita, temos nas seguintes questões, comentários dados pelos
Espíritos. em resposta aos questionamentos apresentados por Allan Kardec
(atenção, principalmente, para a questão 356-b, quanto às crianças que chegam a
nascer com vida):
356.
Existem crianças que, nascendo mortas, não foram destinadas à encarnação de um
Espírito?
– Sim,
há as que nunca tiveram um Espírito destinado para o corpo; nada devia
realizar-se por elas. É, então, somente pelos pais que essa criança veio.
356-a.
Um ser dessa natureza pode chegar a nascer?
– Sim,
algumas vezes; porém, não vinga, não vive.
356-b.
Toda criança que sobrevive ao nascimento tem, necessariamente, um Espírito
encarnado nela?
– O que
seria sem o Espírito? Não seria um ser humano.
357.
Quais são, para o Espírito, as conseqüências do aborto?
– É uma
existência nula que terá de recomeçar.
358. O
aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?
– Há
sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra
pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu
nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo
devia ser o instrumento.
Origem doeste artigo: http://portal.vilabelafm.com.br/noticias/doutrina-espirita-e-anencefalia
Joanna de Ângelis
ANENCEFALIA
Nada no Universo ocorre como fenômeno
caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual,
destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a
ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos humanos
sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as
ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.
O Espírito progride através das experiências
que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as
impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e
libertadoras.
Agindo sob o impacto das tendências que nele
jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o
programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde
orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação,
fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as
consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas
manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a
convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que,
infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno
da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma doutrina
religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece
materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos
benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas
saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da
razão.
Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude
de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos
acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos superiores que
proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada
pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere
a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às
circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo
desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o
degrada, entre os quais o nefando suicídio.
Na imensa gama de instrumentos utilizados
para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas
espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e
praticamente o aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos
perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual,
que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o
prosseguimento da jornada de evolução.
É inevitável o renascimento daquele que assim
buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais,
particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto, não
são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
Expressivo número
de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o
diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso
central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a
fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes o desenvolvimento no útero
materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões
diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
Não se tratam de coisas conduzidas
interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a
formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do
espermatozoide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se
tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede, porém, que a genitora igualmente não
é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi
corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos
conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e
do equilíbrio antes destruído.
Quando as legislações desvairam e
descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade
caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de
abortamento.
... E quando a humanidade mata o feto,
prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização
já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e
arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o
aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de
vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de
política, de sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax,
quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em busca de seres
humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças
que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não
servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas
aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas
tribos primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da
civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em
relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é
inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas
experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo
através do sofrimento a respeitar a vida…
Compadece-te e ama o filhinho que se
encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de
redimir-se.
Considera que se ele houvesse nascido bem
formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia,
de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra
natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje,
amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o
sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o
teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na
reunião mediúnica da noite de 11 de abril de 2011, quando o Supremo Tribunal de
Justiça, estudava a questão do aborto do anencéfalo, no Centro Espírita Caminho
da Redenção, em Salvador, Bahia.)
2 comentários:
HÁ de se separar o nosso entendimento da vida " que é individual" , da concepção do direito fundamental do individuo (lei), nós cremos em DEUS cremos em espirito , e não podemos nem devemos impor as nossas crenças aos descrentes , é caso de imposição religiosa e filosófica , discriminação .
para nós espiriTUALISTAS SERIA UM CRIME , PARA OUROS APENAS SELEÇÃO NATURAL. na natureza qualquer filhote que nasça selvagem está a merce de suas capacidades e habilidades, se nasce defeituoso está fadado a morte,quando não é servido de alimento ao clã, e isto é natural. e DEUS não vê pecado em sua criação... as nossas concepções sempre recaem neste tormento humano de se achar e sentir os diletos de DEUS , quando somos apenas e tão somente uma de suas criaturas
Perfeita reflexão meu querido Toni!
E como é bom receber sua visita no nosso cantinho!
Obrigada!
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